A POETA: Apresentação do Espectáculo Arte

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Apresentação do Espectáculo Arte - O Único Sentido

Maria José Figueiredo e Filipe Camelo

Dia 21 de Junho 2011

Casa Municípal da Cultura

Sem comentários:

O Mundo tem vozes
Que nos fazem parar
Caminhos travessos
Em que tropeçar
Cair dos momentos
Em pedras tão vãs
Silêncios despidos
Em mentes sãs...

Do mundo eu quero
A sensatez
Sentir a alma cair-me aos pés.
Ir atrás, agarrá-la
Pegá-la na mão
Devolvê-la ao corpo
E ao coração!

O Mundo tem formas
De entrega total
Tem luz, tem retalhos
Um olhar sensual...
Parece um triunfo
E tira-nos do peito
O brilho da vida
Que adormece no leito.

O mundo tem histórias
Que tento contar
À noite no carro
Sem parar
Eu canto os cantos
Da alma a gritar
Sem medo, receio
De alguém me escutar!

O que existe por trás de um beijo...

Perigosamente inquieto
O espírito envolve-se
Derradeiramente com o que o sonho lhe oferece...
Abraça o sorriso por dentro
Onde este tem o que de melhor possuí.
Acolhe com braços meigos
A sinceridade do que sente...
E deixa-se levar!
Deixa-se levar por um impulso mudo
Que pode faze-lo perder-se
Na imensidão dos sentidos...
Sem saber muito bem
Onde parar
Onde ir
Onde fazer-se seu em seu pequeno mundo!
Deixa-se só ir
Com o aconchego das palavras,
Raras
Simples
Infiéis ao que anseia...
Um espírito inconsciente,
Dormente,
Incredulamente viciado
Nas surpresas dos dedos atrevidos,
Ao toque da insensatez!
Um espírito
Que em amargo sabor a mel,
Se deleita!

Sem querer saber ser de outra forma!

Como a borboleta
Que mesmo de rara beleza...
Perde as asas,
Atraída pela pureza da flor,
Que afinal... não era!

Eis o que sou.... por dentro!

Entrega

No corpo reside ainda a voluptidade da entrega...
A entrega do ser completo...
À estrela
À lua
À noite!
Na alma ainda se aloja o sentimento fugaz da loucura,
Que penetrou impiedosamente na carne nua,
Na lonjura dos sentidos,
Na imensidão do espírito!
No coração permanece ainda
A paz do aconchego
A liberdade das palavras
A lucidez do que sente
A dor do que teme perder:
O bom senso
O respeito
O valor unilateral do que realmente importa...
Ser feliz!
Dentro da razão,
Fica só a turbulência do que a realidade designa por certo:
A simplicidade do que realmente é...
Sem a beleza dos sentidos!
A vulgar vida dos simples
Sem toques,
Sem sonhos,
Sem beleza...
Fria e vazia...
De olhar alongado
Boca sem trago...
E um coração magoado!

A voz...

Hoje
O meu coração resolveu falar-me...
Dizer-me
Não te reveles
mas não te escondas.
Não te entregues
mas não deixes de te dar...
Não te iludas
mas não te contradigas.
Não te venças
mas não deixes de lutar...
Não chores
mas nunca enxugues as lágrimas que já tens nos olhos...
Não te ilumines
mas jamais deixes de te sentir iluminada.
Não avances
mas não te atrevas a recuar!
Não ames,
Não sem que o amor te tenha realmente entrado no peito.
Não te apaixones
mas enamora-te sempre do que te fizer sorrir...
Não beijes,
mas aconchega a face, os dedos e os lábios de quem queres que te queira...
A vida é dura,
Só a suaviza a leveza sincera, mágica, profunda e sentida de um ósculo.
Coração!
Que sou sem ti?
Sou só, sem mim...

Acordei...

Sou uma razão sem razão...
Acordei num dia mau.
Acordei num dia em que não devia ter acordado...
Acordei num dia torto,
Num dia sem nexo,
Num dia sem esperança...
Num dia sem inteligência!
Acordei num dia de angustia,
Num dia de verdadeira loucura!
Acordei num dia sem paz,
Num dia para esquecer...
Num dia para chorar,
Chorar... Chorar...
Acordei num dia sem voz,
Num dia sem vai e vem...
Num corrupio incessante!
Num dia de loucos feito por loucos...
Num dia para me perder
Sem ter onde me encontrar!
Acordei num dia em que o beijo fugiu,
Num dia em que o amor morre...
Acordei num dia,
Onde ninguém consegue ser:
Feliz...

Cem pedaços de mim

No meu peito corre como um rio,
O frio da água límpida do desassossego...
Faz-me falta o aconchego do teu abraço,
Os teus dedos a enxugar-me as lágrimas,
O teu sorriso a aquecer-me a tristeza!
Faz-me falta o amigo que sempre foste.
Faz-me falta o rol das palavras certas,
A amalgama dos sentimentos em turbilhão,
A serem domados por perfeitos olhares,
E a ternura do teu colo, do teu peito!
Já lá vai tanto tempo...
A menina cresceu e deixou de ter o teu leito.
Deixou de ter o teu beijo quente de protecção
A afagar os cabelos e os olhos fechados.
Daria o mundo inteiro por voltar a brilhar no nosso pequeno mundo!
Onde ninguém entrava, de onde nunca saíamos...
Onde vivíamos somente para o pecado dos segredos um do outro.
Uma amizade que a distância separou, sempre separou!
Os nossos portos seguros sempre atentos aos sentimentos
Que a vida nos ia traçando...
Nunca nada mais que uma profunda amizade,
Nunca nada menos que um terno amor...
Conhecias a minha alma como a palma da mão,
Cada gesto, cada olhar, cada gosto...
A musica de eleição,
A cor da flor e a flor...
O filme, e a peça...
A estação do ano, o dia da semana, a hora dos sonhos...
Conhecias a minha alma por inteiro.
Sabias quando amava,
Sabias que nunca odiava (tu sabias disso, só tu!)
Sabias quando a alegria me abraçava,
E a solidão me assolava...
Cada sorriso fingido e cada sorriso sincero.
Cada pedaço genuíno de mim...
Será que ainda te lembras?
Será que ainda conseguirias acalmar o meu medo e afastar os meus fantasmas?
Onde andarás meu único amigo?
Poderás ainda voltar a colar os pedaços do meu espírito e fazer-me reviver?
Fazes-me tanta falta!

Do outro lado da minha mente

Do outro lado da minha mente
Existe um sítio mágico,
De predominante loucura
De um verdadeiro serpentear de emoções,
De um aconchego frenético de sentimentos acumulados.
Do outro lado da minha mente,
Sou tudo aquilo que o meu medo não deixa!
Sou tudo aquilo que o meu olhar esconde,
Que a minha alma embala suavemente sem pressa...
Do outro lado da minha mente existe
Um beijo fugaz
Um sentido profundo
Um atrevimento inquieto de sensualidade.
Do outro lado da minha mente
Há liberdade,
Há ousadia,
Há um destemido ser audaz
Fiel a tudo que lhe ditam os sentidos...
Do outro lado da minha mente
A poesia
Mostra-se como à loucura lhe apetecer!
Do outro lado da minha mente,
Escondo-me para não me perder
Nos recantos
Sem encantos
Da mente que ao mundo entrego,
Sem, porém
Entregar o outro lado de mim!

Vou deixar-me ir...

Vou deixar-me ir...
Tentar deslizar pelas estradas da brisa e do vento.
Tentar orientar-me por sol, lua, estrelas e tempo.
Tentar encontrar nas vozes alheias os meus momentos de glória.
Tentar pensar sem razões, sentimentos nem vivências.
Vou deixar-me ir...
Sem esperar encontrar belas travessias.
Sem tentar ultrapassar obstáculos maiores do que eu.
Sem ferir os que desconheço. Os outros são perigosos demais!
Vou deixar-me ir...
Sem pensar que amanhã estarei sozinha, sem louco.
Sem saber se depois chorarei ainda... um pouco.
Sem perceber que duração terá ou não o meu corpo.
Vou deixar-me ir...
Porque deixei de acreditar nos seres.
Porque deixei de amar os seres.
Porque deixei de responder aos seres.
Vou deixar-me ir...
Porque a solidão é o caminho mais eficaz!

Sempre foi... Eu já sabia disso!

Raras... Mas Reais

São as pessoas especiais que nos acompanham ao longo dos anos,
Que nos fazem rir, chorar, corar, gargalhar...
Que nos permitem abraçar, beijar, palpar com a inocência e simplicidade das amizades perfeitas, grandiosas e feitas à medida das pessoas simples...
Sem egoísmo, inveja, ciúme ou malícia!
As pessoas especiais que nos libertam,
Para voar, mesmo que a seguir tenhamos de cair. Elas estarão lá para nos amparar!
Para caminhar, mesmo que inevitavelmente tenhamos seguido pelo caminho errado. Elas estarão lá para nos ver chegar e acarinhar sem crítica!
Para amar, mesmo que a tortura das lágrimas nos invada o espírito e nos impeça de recomeçar. Elas estarão lá para nos mostrar o outro lado do amor demonstrando-o num afago simples e sincero. Aquele que enxuga as lágrimas!

Raras... mas reais
As amizades de raízes profundas, imensas e sublimes,
Que nos agarram à vida
Dando-nos paz, oxigénio e a beleza macúla e única de um ósculo.

Porto de Abrigo

A vida pede ao tempo um porto seguro,
Porém, nem sempre ele chega no momento certo ou na medida certa.
O desalento toma conta e a amálgama reina sem que a possamos reter, entender ou desfazer.
Abraçamos o medo e sentamo-nos no cantinho recatado da tristeza.
Mas para alento da esperança que nunca morre,
O Universo tem o dom de enviar-nos na altura em que mais precisamos
Algo que nos ajude a levantar e a olhar de frente a vida e os seres.
Buscamos no fundo de nós os sonhos e transformamo-los em utensílios de guerra
Contra as contrariedades e os infortúnios.
E se Deus realmente existe,
E eu acredito numa força maior, seja lá ela qual for,
Recebemos de seres (a quem temos a mania de chamar de anjos)
O precioso apoio
Que a mente e o espírito precisam
Para nos pormos definitivamente em pé.
E principalmente
Para não cedermos à tentação de voltar a cair!
Para viver não chega respirar...
É preciso deixar soltar a voz,
As palavras e os sentidos.
É preciso gargalhar,
Sós e com os outros!

Talvez

Talvez o amor que dou de mim aos outros,
Não seja amor.
Talvez o carinho que ofereço sem saber,
Não seja carinho.
Talvez o abraço que deixo roubar,
Não seja um abraço.
Talvez o beijo que pousa em alguém,
Não seja na realidade um beijo.
Talvez as palavras que me escapam,
Não sejam palavras.
Talvez o pensamento libertino,
Não seja um pensamento.
Talvez o olhar profundo,
Não seja na sua essência um olhar...Talvez tudo isto,
Não passe de pedaços soltos de mim.Pedaços que tento organizar... E não consigo!
Mas o sorriso que me acolhe a alma,
Esse será sempre meu,Enquanto de mim for feita a poesia!

As Cores da Vida

A vida tem muitas cores...
As cores da música,
As cores dos sentimentos,
As cores das lembranças,
As cores dos sorrisos,
As cores dos amores.
A vida tem muitas cores...
As cores dos momentos,
As cores das tristezas,
As cores das fantasias,
As cores das loucuras.
Mas em cada uma destas cores,
Existe um espaço único
Que cada segundo ocupa
E nos faz sentir,
Um pouco mais de nós mesmos.
Das únicas cores
Essenciais às vivências
fazemos a nossa história,
O nosso percurso de vida.
Único para cada ser,
Diferente em cada um de nós.
Mas não podemos viver sem cores!
Assim, como não podemos viver sem
Palavras,
Música
Sentimentos.
O refúgio do ser humano
É o mundo que o redeia,
Com mais ou menos cores
Dependendo dos dias!
As cores somos nós que as fazemos!
Somos nós que as distribuimos,
Conectamos, juntamos
Em nós e com os outros!
E desta amalgama de um todo
Por vezes com
Outras sem
Nexo...
Fazemos a vida que vivemos.
Às vezes sem pensar
Outras a pensar demais!
Mas uma coisa é certa...
Não podemos viver sem cores,
Nem que seja com as da alma...
Porque o que os olhos não vêem
O coração acolhe
Com amor e fidelidade
Ao que sente!

Esperança Perdida

Num dia de Inverno
A tristeza já nos enlaça mais do que costume!
A chuva, o frio, o cinzento dos dias...
Mas tentamos sempre dar-lhes um pouco de cor,
Para que sejam mais breves e custem menos a passar...
No entanto,
Há dias que se tornam mais cinzentos que outros,
E nem as pequenas cores que tentamos impor-lhes
Surtem efeito!
Hoje é um desses dias!
Num dia de Inverno,
Uma noticia triste
Parece uma noite escura!
E hoje
Bem, hoje é uma noite escura!
Mesmo quando não conhecemos as almas que perdemos...
Elas entram em nós e fazem-nos pensar
Naquilo que realmente importa!
Hoje,
Nesta noite escura.
Resta a homenagem sentida,
Por um companheiro de escrita
Do qual nos restam agora,
As palavras meigas, sinceras e humildes de seus poemas.
Os livros que deixa
E as saudades a respirar na família e nos amigos!
E Deus que é pai de todos nós
O acolherá, por certo, em glória...
E ele "Zé Zé" brilhará por certo
Como uma estrela firme e singular
Numa galáxia imensa
Que desconhecemos
Mas contemplamos
Sempre que erguemos o olhar
Aos céus...
Sem nuvens,
Mesmo que numa noite escura.

A POETA

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Apresentação do Espectáculo Arte - O Único Sentido

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A minha prenda do dia da Mãe

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O que existe por trás de um beijo...

Entrega

A voz...

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O perfume, a cor e a dor da flor

Cem pedaços de mim

Do outro lado da minha mente

Artis 2008

2ª Edicção do Livro Pelos Rumos da Ilusão

Arte - O Único Sentido

Jogo dos contrários

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SER MULHER

Porto de Abrigo

Talvez

Um Não Beijo

As Cores da Vida

Esperança Perdida